2012 - Além das aparências


Imagem: os Cavaleiros do Apocalipse

Para entender aquilo que os Antigos queriam dizer com o fim de um mundo, como sucede em relação a 2012, é preciso compreender o seu conceito de mundo e também de ciclo.
Os Antigos não tinham a mesma concepção científica de mundo que nós temos hoje. E nisto não há nenhum juízo de valores, de ser melhor ou pior aquela visão. Na verdade, aquilo que eles tinham, é uma concepção abstrata e um projeto de civilização, com prazos definidos para cumprir, pois conheciam bem os ciclos da História e da humanidade, a qual como tudo o mais que existe, está sujeita a ciclos. São enfim conceitos sutis, que o homem moderno desaprendeu a considerar, na sua refutação radical de valores, e no seu apreço também exagerado pelo hedonismo, sinal da sua perda de referências existenciais, restando apenas o viver-por-viver e a alienação-de-si.
Provavelmente, não se faz necessário muito mais que os desequilíbrios ambientais que sofremos hoje, para caracterizar um final de tempos, sob um Kali Yuga materialista que desestabiliza os Elementos. No próprio conceito do dilúvio, existem versões simbólicas, onde as águas significam na verdade a cultura das massas humanas, como transparece no próprio Livro do Apocalipse de João, através das águas que cercam a Babilônia mítica: "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas." (17:15)
A renovação do mundo, demanda sair deste estado-de-coisas, para buscar uma nova recriação da cultura, com valores aptos a atingir novas metas de evolução. Pois mesmo que ali a humanidade esteja numa Idade de Ferro, abaixo de quase todas as glórias da raça que termina, ainda assim cabe anunciar o devir, porque nele é que acham a realização das profecias. Notai daí que estas são senhas para a renovação periódica das coisas.
Assim, “mundo” é um ciclo de evolução, um todo de valores e procedimentos que dá origem a uma civilização ou raça-raiz. Quando inicia uma raça-raiz, ocorre um planejamento evolutivo que dá origem a uma série de recursos propiciatórios, sejam escolas de iniciação, sejam valores morais e civilizações, e mesmo possibilidades internas como rencarnação, capaz e vencer o tempo limitado de uma existência.
Porém, terminado o ciclo desta raça, tudo isto se extingue também. Aquele projeto racial termina, as ordens espirituais se esgotam, os valores se esvaziam e as civilizações decaem, e mesmo a reencarnação já não acontece, porque o tempo se acaba. Uma sociedade caótica, necessita se transformar.

Assim, quando vos perguntarem se “o mundo irá acabar”, digam, “não, o mundo já acabou na verdade!” Vejam com os olhos da alma. “Tudo o que é sólido se desmancha no ar”, é o nome de um famoso livro que marcou época. De fato, tudo se tornou uma desordem e um caos. Nem mesmo a Ciência oferece mais uma referência concreta das coisas, de sorte que a desconstrução dos conceitos é realmente profundo.
As pessoas acham que podem compreender as profecias com os olhos da carne. Quando na verdade, apenas os olhos da alma é que podem alcançar tais revelações. Os antigos conviveram com a escatologia como “metáfora” por milênios, até mesmo dentro de cada geração, tendo em vista a renovação permanente das sociedades. Porém, chegada uma época materialista, as pessoas já não alcançam conceber as coisas como ordem cultural, moral social, espiritual, etc.
Entre os maias e os hebreus, havia um ciclo de 50 anos chamado Jubileu e Fogo Novo, dentro dos quais eles procuravam renovar as coisas para cada geração completa, desfazendo-se do supérfluo, libertando os escravos e redistribuindo as terras. Era uma renovação social, moral e espiritual, permitindo que as coisas prosseguissem em harmonia em todos os planos da existência. Era possível, pois, dentro deste curso de tempo, praticar certos excessos, porém havia este limite, que era o limite das gerações.
Alguém tinha o direito de acumular, mas não de transmitir isto à próxima geração. Com isto, não havia heranças e nem se acumulavam riquezas em demasia. Não havia este incentivo ao ilimitado, para alguém pretender conquistar o mundo.
Já num mundo materialista de tempo linear, onde não se contemplem seriamente os conceitos sutis e se gere caos sobre caos, é natural que se pense no fim das coisas como algo universal e absoluto, mas que também se questione isto por sua inviabilidade tácita, dado o tamanho do mundo, muito embora se acumulem sinais nesta direção, que jamais deixarão de ser apenas sinais, por mais eloqüentes que se apresentem. Contudo, o caos se estabelece realmente desta forma, em planos cada vez maiores. A escatologia espiritual dos antigos, visava prevenir ou retardar esta condição.

2012 - a hora da Grande Decisão


É chegado aquele grande momento da História, no qual as grandes decisões devem ser tomadas. Somente ali é que podemos ter claro a natureza das coisas. Sabemos claramente, por exemplo, que o mundo caminha no rumo de um grande caos ambiental que já anuncia muitos sintomas, e cada vez mais. São os próprios cientistas que o anunciam.
Há décadas atrás, algumas pessoas falavam que haveria uma grande inundação, um novo dilúvio, e que se deveria por isto procurar lugares mais altos. Hoje são os cientistas quem o afirmam, pois mesmo subindo poucos metros as águas dos oceanos, já será bastante para gerar um caos considerável.
Também vemos que a série de Conferências climáticas, não tem surtido efeito algum, faz-se propostas pífias e a tendência atual é quase a de ridicularizar tais iniciativas, a tal ponto que os países poderosos já tentam nem comparecer a elas. Com isto, conclui-se que os governos mais importantes e os estados mais poluentes, não estão interessados em colaborar, o que é grandemente um reflexo da opinião pública pouco esclarecida.
Porém, neste aspecto existe também uma conscientização crescente, fóruns têm acontecido para tentar resgatar a luta social e reverter a crise ambiental. Contudo, como costuma acontecer com todas as novas tendências e movimentos, este panorama se afigura ainda uma verdadeira babel de idéias e de intenções vagas, e pouco se chega de objetivo porque cada um deseja eleger o seu próprio foco de atuação, seguindo interesses particulares, e sempre mais ou menos confrontando o velho sistema ou tentando apelar para que ele mude, melhore, se conserte...
Esta é uma gasta utopia, o intento malogrado de mudar o sistema desde dentro do próprio sistema, a velha roda sem fim da política, o sistema pesado, viciado e atrofiado, e que teve os seus expoentes mais radicais nos revolucionários marxistas, que a rigor eram meros reformistas do capitalismo.
Em contraparte, ocorreu o movimento da contracultura, este sim trazendo muitas vezes elementos anti-sistema, mas que também se perdeu pela incipiência das propostas e da desunião das pessoas, já que estava eivado pelo anarquismo, muito embora através disto também se ventilassem práticas e conhecimentos tradicionais, mormente vindos do Oriente. Esta tendência é importante, porque traz no seu seio a idéia tácita de criar uma nova humanidade, através de sínteses espirituais e experimentos sociais.
As sementes deste novo mundo, têm sido semeadas por videntes e militantes da sociedade alternativa (que é outra forma de falar de uma dialética histórica, mais profunda e universal), em busca da vida simples, natural e espiritual. Em contraparte, as pessoas que vivem no sistema, simplesmente não se dão conta de que todas as “maravilhas” criadas pela Ciência e pela tecnologia, quase se limitam a reduzir os infinitos males criados pelo próprio sistema..!
Hoje existe uma tendência de buscar um “caminho do meio” nisto tudo, através das eco-vilas, que não obstante também terminam por ser cooptadas pelo mercado imobiliário ou apresentam de todo modo uma face elitista. Por esta razão, surge também nesta virada de tempos, uma proposta realmente revolucionária e abrangente, no bojo do projeto sociológico e civilizatório mais significativo do Ocidente, que é o “Projeto-Exodus - um Mundo para Todos”. Tratam-se das Cosmópolis, as cidades-cosmos destinadas a fomentar a reintegração do ser humano com o todo.

As novas “Cidades da Luz”

As grandes sínteses civilizatórias que são as cidades, representam momentos definitivos na busca pelos caminhos de renovação das coisas. As Cosmópolis seguem os novos cânones raciais, e se destinam a permitir a emergência de um novo modelo antropológico, seguindo a idéia de que “tudo principia na própria pessoa” e, nisto, a necessidade de existir “um novo lugar para um novo homem”. É preciso evitar os extremos. Dizer que a salvação não inclui um lugar geográfico, é permanecer no lirismo pisciano e protelar a Idade de Ouro que deve ser construída.
Assim, no auge dos tempos, na encruzilhada da História, deve emergir estas duas grandes propostas: a insistência malograda de investir em tentar consertar o velho, ou o esforço criador de realmente fazer emergir o novo. O novo sistema -que é na verdade um anti-sistema comparado ao velho, uma vez que se contrapõe às piores práticas antigas mas não confronta e nem tenta dialogar com este mundo viciado em falsidades-, é realmente um sistema novo porque as cidades representam a síntese e a expressão maior da civi-lização. As cidades não podem ser esquecidas para voltarmos às selvas e às vilas, mas podemos erigir cidades novas dotadas de todas as dimensões da fraternidade, da comunhão e da confraternização. Assim, as Cidades da Luz são como a es-pada de Deus separando passado e futuro, sobre o marco das grandes transições raciais...

O 2012 traz a chegada do “Sexto Sol” (ou Era solar) dos maias-nahuas ou da Sexta raça-raiz dos teósofos. Nisto, o Arcano VI, cujo protagonista é convidado a realizar uma op-ção na bifurcação de dois caminhos, se revela sugestivo sobre aquilo que deve ser realizado nesta altura das coisas, tal como a 6ª Iniciação também tem sido descrita na Filosofia Esotérica como “A Decisão”. O Arcano em vista demonstra, para além daquilo que significa todo o final de ciclo, que o valor seis possui uma grande expressão cosmológica, sinalizando em si mesmo um final de ciclo, de tal sorte que a dimensão setenária já representa o portal da sua escolha realizada.
A simbologia deste Arcano, envolvendo ainda a opção entre duas mulheres, também é pertinente porque a cidade no-va tem entre os seus propósitos organizar o amor perfeito das almas-gêmeas, o qual integra os cânones de psicologia avan-çada da nova raça e o universo da cultura do coração, que é o novo centro (chakra) a ser entregue ou ativado para a humanidade.
Assim, as Cidades da Luz surgem como a revelação de um novo imperativo ético e social para a humanidade, envolvendo a instrumentação final da força de mudança e o empo-deramento real de todas as tendências evolucionárias superiores. Na entrada do século XX, havia uma grande doutrina social em pauta através do marxismo, que na verdade representava uma adaptação “materialista” da grande síntese filosófica de Hegel, servindo assim para tentar resolver os dilemas sociais econômicos do Kali Yuga. Agora, na “encruzilhada dos tempos”, temos a matese-maior do Projeto-Exodus e das Cosmópolis, a cidade nova como sinal tangível de uma nova Civilização que “desce dos céus como uma noiva”, para usar a expressão do Apocalipse de São João acerca da revelação da Jerusalém celestial, a qual também se expressa na forma da Cosmópolis -ver a obra “As Cidades da Luz”, Ed. Agartha, Luís A. W. Salvi.
A nota realmente sensível nisto tudo, está no fato de que não há mais tempo para tentar investir maciçamente nos dois mundos, o velho e o novo -daí a necessidade da decisão! É como se tivéssemos remédio para apenas um paciente, e temos de realizar a escolha entre salvar uma criança ou um idoso. Tentar dividir o remédio, seria fatal para ambos! Natural-mente, não podemos pedir a todos que se dediquem ao novo, pois o espírito da novidade é sempre uma dádiva dos escolhidos, das pessoas chamadas internamente, para se aperfeiçoar para auxiliar as restantes pessoas. Ademais, é necessário que alguns ainda sigam realizando esforços pela melhoria do velho, ainda que tal coisa não seja o principal.
É preciso que as pessoas finalmente despertem para a necessidade das ações autônomas & coordenadas -afinal, assim é o sistema ao qual elas estão enfrentando. Muitos temem, provavelmente, que terão que sair levantando tijolos, efetuar plantações e assim por diante. Na verdade, tudo deve começar com comitês, assembléias, fóruns e com a difusão das idéias. A verdadeira semeadura dos mestres, é a semeadura das almas.
O importante nisto tudo, é que as pessoas interessadas na mudança, se dêem conta de que os esforços para mudar o velho mundo são frustrantes e até suicidas como provam estes vinte anos de frustrações desde a Conferência Rio-92-, porque aquilo tudo deve realmente terminar, e de pouco serve tentar remendar o velho sistema aqui e ali, porque ele é como um barco furado que já está afundando. A única coisa realmente sábia a fazer, é concentrar os esforços de todos para criar o novo e, a partir disto sim, começar a dialogar com o velho sistema em pé-de-igualdade, por assim dizer (inclusive através de uma militância eficaz, como merece a situação), e nunca como um dependente do velho mundo pedindo para que este Moloch enfermiço apenas melhore nisto ou naquilo, sob os humores da democracia e as ameaças da tirania. Afinal, necessitamos realmente aprender com a História, que os esforços de melhorar o sistema pela via da democracia formal, também tem sido sempre frustrantes, podendo até resultar em ditaduras cruéis que destroem gerações de esforços em educação e militância política.

As Cidades da Luz, serão finalmente como retirar a espada de Dâmocles que pende sobre as cabeças de todos que desejam o novo, fornecendo instrumentos para ação real no aqui-e-agora, dentro e fora das próprias cidades novas. Não poderemos sempre, contudo, construir as cidades que necessitamos em todos os seus detalhes, mas podemos começar as coisas mais humildemente, tendo esta estrela-guia da cidade ideal na alma, e no ambiente político da nação, onde eles escolherão “organizar um novo espaço para construir um novo tempo” ou seja: as regiões “novas” do país, o Centro-Oeste e o Norte amazônico. Afinal, atuar ainda nos litorais abarrotados, ou atuar nos interiores semi-desérticos da nação, também faz parte da decisão sábia a ser tomada por cada um...
Nas Cosmópolis, ou mesmo das “comunidades-de-base” que lhes darão origem, as pessoas viverão o novo em plenitude, e desde ali poderão oferecer ao mundo os frutos reais de um novo modelo de vida, atraindo assim cada vez mais as pessoas para esta forma nova de viver. A criação de uma alternativa viável de vida, é tudo que se necessita para começar a mudança do mundo. Para isto, é preciso con-centrar esforços na realização de uma proposta viável, adequada e unificada.


da obra “Vivendo no Tempo das Profecias”, LAWS, Ed. Agartha.

As Origens sagradas atlantes


Ao lado: Templo dos Guerreiros, Chichén Itzá

Partimos agora em busca de referências de tradições antigas, no tocante às transições de ciclos e dos procedimentos efetuados então, em função da repetição destas situções na atualidade.
Nosso objetivo é encontrar as pegadas históricas dos relatos dos sábios e das pitonisas, sobre a manifestação da Hierarquia. Helena P. Blavatsky traz a idéia védica da manifestação coletiva dos rishis, em grupos de 7, 14 ou 21 videntes. Alice A. Bailey fala da ascensão grupal dos mestres nas transições de ciclos. Serge R de la Ferrière apresenta a Agartha como uma “assembléia de sábios”, ou seja, a Loja Branca
Queremos para isto fundir, nesta matéria, dois conceitos presentes em certas lendas de duas cidade muito sagradas do México antigo: Teotihuacan e Tula, para alcançar ainda uma terceira, Chichén Itzá em território maia. Tais cidades centralizam, com seus mitos e realizações ímpares, as Idades de Ouro e de Prata das civilizações nahuas. Seguramente houve, anteriormente, os importantes ciclos fundadores dos olmecas e dos zapotecas, que prepararam estas fundações áureas da antigas culturas mexicanas, mas que não obstante representaram centros mais ou menos isolados –mais ou menos ao modo de pólos inciáticos-, subjacentes à eclosão da verdadeira civilização.
O grande centro cerimonial de Teotihuacan é “a cidade onde os homens se tornam deuses”, e a sagrada Tula é a capital do divino rei Quetzalcóatl.

A grande Teotihuacan

Existe uma formosa lenda asteca, sobre haver sido em Teotihuacan que “os deuses se reuniram para dar início ao Quinto Mundo”, na data que os nahuas registraram para 3.113 a.C. Este grande Conclave solar, foi a Assembléia Agarthina na qual se convencionaram os novos códigos da evolução racial, a revelação da síntese e da nova matese, a anunciação do Pramantha ou do Cânone evolutivo futuro.
Ora, Teotihuacan é conhecida como uma metrópole ecumênica, cuja religiosidade estava organizada através de confrarias. De modo que ali se reuniu a nata das lideranças espirituais de uma época, para sacralizar um novo consenso espiritual emergente.
Tais conclaves raciais se realizam a cada 4.900 anos, dando início às Dinastias solares e fundando civilizações. Esotericamente, o permite a liberação de muitos mestres através da ascensão, pois traz uma nova energia ao planeta e consuma um ciclo de evolução. É como se fosse a derradeira tarefa de um mestre, permitindo a sua liberação através da criação de um grande ashram racial.
Como um típico Centro prirmordial, prevalecia em Teotihuacan o culto piramidal, encontrando-se ali as maiores pirâmides do México antigo, uma delas, a pirâmide do Sol, com base semelhante à Grande Pirâmide do Egito. Em formato não muito distinto, é a pirâmide da Lua, ambas com templos no cume antigamente, centralizando a vida religiosa desta grande cidade sacerdotal.
Pirâmide da Lua, Teotihuacan

Destaca-se também na cidade o tardio Templo de Quetzalcóatl, de estilo diferenciado, construído pelos toltecas quando dominaram a cidadela, dando início a uma crescente militarização da região. Em 2010, se revelaram as galerias funerárias desta pirâmide de Quetzalcóatl, abaixo, quando se poderá ter maior nação daquilo que sucedia há 1.800 anos, trazendo à luz grandes respostas sobre esta misteriosa civilização.
Pirâmide da Quetzalcóatl, Teotihuacan. Detalhe das paredes: Quetzalcóatl & Tlaloc

Seguramente muito mais existe ainda a se descobrir nesta grande metrópole. De modo que a História ainda está sendo escrita, especialmente no mais profundo do Novo Mundo.
E estas últimas referências nos remetem, daí, ao centro que está diretamente ligado à figura de Quetzalcóatl, Tula, já no momento subsequente desta civilização, quando o fogo sagrado é retomada por uma dinastia sagrada de base aristocrática, sinalizando assim a passagem de uma Idade de Ouro para uma Idade de Prata.

A profunda Tula

Tula é palavra capital na cutura atlante, denotando no México o espírito da metrópole solar, e no Oriente a idéia de equílibrio.
Na Idade de Ouro, a luz se manifestava diretamente através das instituições, através da força das religiões e das escolas iniciáticas internas, assim como pelo Estado sagrado que cuidava legitimamente dos interesses administrativos e da defesa da nação.
A queda da pureza, traz a violência e esta o valor do guerreiro, ideal este que passa a dominar espiritualmente a sociedade mexicana a partir do ciclo tolteca, quando a violência se refina adquirindo o status de nobreza.
Aqui emerge a idéia do valor e da autoridade, que sobressai na monarquia e na aristocracia. Em Tula, o mito adquiriu vida, através da manifestação da Serpente Emplumada e suas dinastias. Não obstante, a idéia grupal também estará ali muito presente, na lenda e na arte.
Diz a tradição que em Tula se procedeu a coordenação dos calendários de muitas nações, fruto de uma Assembléia de sábios centralizados por um gênio proeminente.
Ademais, a idéia grupal estaria ali representada como unidade, segundo os informes “toltecas” de Carlos Castañeda, através da colunata que encima a o Templo de Quetzalcóatl, que incluem os “guerreiros” que suportavam o telhado do Templo Tlahuizcalpantecuhtli (Estrela da Manhã), abaixo.
O Templo das Mil Colunas, Tula
Detalhe das Atlantes

Nesta versão, este modelo inspiraria os esotéricos grupos-de-ascensão centralizados na figura do nagual, ascensão esta representada, por exemplo, através das borboletas colocadas sobre o coração das guerreiras, acima.
Os quatro degraus ou taludes das paredes inclinadas, indicam as iniciações que estes Adeptos atlantes deveriam galgar, até alcançar o patamar da Hierarquia e se capacitar para a ascensão.
Estas pirâmides atlantes em forma de terraços, possuem um simbolismo tradicional e correspondem de certo modo às mastabas egípcias, que eram os túmulos dos altos Dignatários da corte faraônica. Representam a Colina Primordial dos mitos egípcios –Tula mesma estava situada numa colina-, base da recriação cíclica do mundo, que significa três coisas principais:
1. Num primeiro momento, representa a presença do reino da Hierarquia na Terra, especialmente através da sua Unificação vicária racial, que representa a unicidade de Deus sobre a Terra e sinaliza a evolução da revelação divina.
2. Logo, simboliza aquele escalão médio dos Harmonizadores Planetários, existente entre a humanidade e a Hierarquia evoluindo, como uma elite especial sob a orientação do Adepto único, e ainda coordenando ela mesma a evolução humana.
3. Por fim, sinaliza as classes superiores, especialmente aristocracia & clero, que são mais receptivas à Ordem superior e se organizam elas mesmas em ordens, servindo de elo entre a Hierarquia (incluindo os Harmonizadores Planetários) e o restante da sociedade.

Conclusões

Num certo sentido, Teotihuacan e Tula detiveram atividades complementares, de tal modo que a Cidade dos Deuses era conhecida pela unidade da pluralidade, concentrando a atividade ecumênica, e a Cidade do Sol era conhecida como a diversidade da unidade, irradiando a sabedoria universalista. Assim, na primeira havia uma atividade lunar de análise, e na segunda prevalecia uma atividade solar de síntese.
É notório que houve uma continuidade de Teotihuacan para Tula, e existem mesmo aqueles para quem as lendas de Tula se reportariam na verdade à Teotihuacan, uma vez que a palavra “Tula” era atribuída a todas as Capitais sagradas atlantes. Esta é a opinião de uma das mais destacadas pesquisadoras destas culturas, a arqueóloga Laurette Sejournée, que sustenta um ativo e inspirado trabalho de exegese cultural.
Não obstante, existe em Tula a consolidação de uma cultura e a originalidade de padrões arquitetônicos, como sucede coma qustlao da colunária, uma inovação local –ver as nossas obras “A Mariposa de Fogo” e “Arquitetura Sagrada & Urbanismo Solar”.
Teotihuacan terá sido tomada por invasores cada vez mais violentos, sujeita como estava no seu amplo vale, e os toltecas se mudaram então –ou apenas se dividiram- para Tula, num local mais defensável e inacessível.
Ali a aristocracia atlante se refinou, e se organizaram os grupos de ascensão, legando um modelo para a posteridade, mais especialmente quando os toltecas migraram uma vez mais na sequência, para o outro lado da Baía de Yucatã, em Chichén Itzá, onde a simbologia da colunária do Templo dos Guerreiros evolui para doze colunas, apontando assim para os Mistérios da raça futura, aquela que emerge hoje através do Sexto Mundo (ver mais sobre esta transição em nossa obra “O Espelho de Obsidiana”).
Para conhecer melhor a rica tradição tolteca, existem duas fontes mais conhecidas, a acadêmica e exotérica, que inclui hoje esforços de investigadores esclarecidos como acima citado, e a mística e esotérica que pode ser verificada em autores como Carlos Castañeda. Uma terceira fonte de síntese tem surgido através de nossos próprios trabalhos, reunindo todas as informações úteis e ainda apurando as profecias locais, tal como apresentamos na trilogia “A Tradição Tolteca”.

Da obra "Vivendo o Tempo das Profecias", LAWS

Os verdadeiros Maias: tradição & profecias


Muita coisa tem sido dita sobre os maias, seja nos meios acadêmicos da Old Age ou na mística da New Age, que não corresponde fielmente aos fatos mais profundos da rica e misteriosa cultura maia.
Para realmente conhecer a cultura Maia, é preciso antes compreender aquilo que significa o Pramantha, ou a Tradição, que é universal e se adapta para adquirir os devidos coloridos locais. Por isto, vemos tantos costumes semelhantes em todas as culturas tradicionais.
A palavra Universalismo representa efetivamente o seu fulcro, isto é: a unidade-na-diversidade. Isto também significa aproximar a espiritualidade e o materialismo, criando toda uma bela e rica CULTURA DA ALMA. A Alma é o ambiente das bodas sagradas entre o Céu e a Terra, por isto Alice A. Bailey define uma raça-raiz como “uma sociedade governada ao nível da Alma”. Para isto chegar a ser efetivo, estes povos mantinham, sob condição sine qua non, uma relação estreita com a Hierarquia de Luz, sabedores como eram todos eles da existência do Governo Oculto do Mundo, e na verdade, como a primeira e a mais fundamental das premissas das Sociedades Tradicionais.
Uma cultura tradicional é aquela que cultiva e preserva este Elo sagrado entre a Humanidade e a Hierarquia, alcançando deste modo ser orientada por Aqueles que Caminham na Frente, não no rumo das místicas esferas estratosféricas da consciência cósmica, mas sim pelos caminhos da própria evolução humana, para um dia sim, a humanidade chegar a se capacitar para a sua auto-superação.
Se diz por vezes que, como tem acontecido em tantas ocasiões, a palavra “maia” tem origem num grupo original de sábios, dedicados às Altas Ciências do espírito, como são a Astrologia e a Alquimia. O mesmo teria sucedido aos hindus (cf. René Guenón), aos hebreus e aos caldeus (como a Bíblia sugere), aos incas (fato histórico), etc.
Porém, se estes grupos-sementes alcançaram se transformar em sociedades-raízes, é porque tiveram sabedoria suficiente para poder se comunicar com as pessoas comuns. Para fazer isto, eles também criaram religiões para integrar o povo ao espírito geral das suas elevadas conquistas, especialmente em torno daquelas figuras mais exaltadas que haviam atravessado iniciações maiores e realizado expiações e sacrifícios em favor do bem comum.
Nisto tudo, a cultura “superior” Maia, estava profundamente identificada à cultura Nahua mexicana –a qual aparentemente seria até mesmo um pouco mais antiga, começando com os Olmecas-, distinguindo-se entre si quase tão somente no estilo artístico e na linguagem formal, mais ou menos como os gregos se distinguiam dos romanos. Nenhuma é mais “sagrada” do que a outra, e o estudo de todas elas confere um conhecimento complementar que seguramente supre muitas lacunas deixadas através da destruição feita pela Conquista, na colonização destas sociedades pelos europeus.
Está comprovado que tais culturas foram basicamente semeadas pelos Extremo-orientais, os chineses antigos, em suas navegações inter-oceânicas, tal como a cultura andina teve influência egípcia, além de outros povos como os fenícios, que podem ter auxiliado neste intercâmbio cultural através das suas rotas comerciais.
Em termos de profecias, foram os nahuas quem realmente nos legaram profecias, porque os maias, sempre mais guerreiros, tiveram a sua cultura profundamente destruída pelo invasor europeu. Estas profecias vieram, então, através da tradição dos ciclos mundiais ou raciais, que sabemos pelos poucos códices remanescentes, serem idênticos aos dos maias. Para o final deste Quinto Mundo, em 2012, a escatologia nahua previu uma crise mundial na forma de “fogo e de terremotos”, coisa que está realmente acontecendo. Vale lembrar então, que o fenômeno dos vulcões está intimamente ligado aos terremotos, e tudo indica que, tal como já aconteceu no passado, Gaia, a Mãe Terra ou Pachamama, irá provocar uma reação às ações humanas na forma de atividades vulcânicas “saneadoras”, criando uma capa de cinzas para resfriar o planeta do aquecimento global que o ser humano insiste em provocar, mesmo contra todos os sinais dados pela Natureza, como foi o vulcão da Islândia no começo do ano de 2010. Esta transição de 2012 começa neste ano e termina em meados de 2013, no ápice do grande ciclo de manchas solares, correspondendo ao ciclo de 3,5 anos da profecia do Apocalipse sobre o “começo do fim”.
Assim, ao ler sobre os maias, cabe sempre ter em mente os seguintes itens:
- As profecias maias estão se cumprindo fielmente na atualidade, assim como muitas outras profecias das sociedades tradicionais.
- Os maias não eram “povos das estrelas”, embora detivessem amplos saberes astronômicos, para diferentes fins.
- Os maias não realizavam sacrifícios humanos, mais do que as sociedades modernas o fazem.
- Os maias tinha altas elites mas não eram elitistas, razão pela qual alcançaram organizar sociedades e fundar civilizações.

Da obra "Vivendo o Tempo das Profecias", LAWS

Ilustração: http://algarve-saibamais.blogspot.com/2010/01/os-maias-uma-civilizacao-misteriosa.html